Como é chamada a compulsão por ferir a própria pele. A Dermatotilexomania ou Skin Picking é caracterizada por uma repetição crônica de tocar, coçar, cutucar, arranhar, furar ou escoriar determinadas regiões da pele, de modo tão intensivo ou repetitivo que acaba provocando o aparecimento de feridas, cicatrizes, descolorações na pele.
Os indivíduos podem ocupar-se deste comportamento muitas horas por dia e, frequentemente, desenvolvem rituais para a manipulação da pele. Na maioria das vezes, o curso é crônico exibindo aumento da gravidade ao longo dos anos. A prevalência da doença é estimada em 2% da população geral, sendo mais comum nas mulheres.
Podem estar relacionados a outros quadros, como:
Transtorno Dismórfico Corporal
Transtorno Obsessivo Compulsivo
Sintomas de abstinência de drogas opióides
Autismo
Comportamentos auto-mutilantes ou auto-agressivos que existem, por exemplo, no Transtorno de Personalidade Borderline
As pessoas acometidas relatam que esse comportamento é compulsivo e irresistível e que podem utilizar alfinetes, facas, clipes e lâminas, causando muitas vezes lesões maiores com infecções secundárias ou cicatrizes profundas e mais raramente lesão de vasos sanguíneos importantes.
Portadores de Skin Picking raramente buscam tratamento psiquiátrico, psicológico ou dermatológico. A resistência, provavelmente, ocorre devido ao constrangimento social, desconhecimento sobre tratamentos viáveis e, até mesmo, a crença de que o comportamento não é prejudicial.
É fundamental que aqueles indivíduos que apresentam algum sofrimento e/ou prejuízo com este tipo de comportamento procure avaliação especializada.
Fonte: Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP