top of page
Marcia Telles

Sinais de Alerta para o Suicídio




Antes da tentativa de suicídio, as pessoas normalmente demonstram sinais de risco. Aprenda a reconhecê-los.


Reconhecendo sinais de alerta mentais e emocionais

  • As pessoas suicidas normalmente remoem pensamentos obsessivamente e não conseguem parar de fazer isso.

  • Elas normalmente se sentem desesperançosas e não acreditam que haja outro modo de aliviar a dor que não inclua a morte.

  • Elas normalmente veem a vida como algo sem significado ou se julgam incapazes de controlá-la.

  • As pessoas com tendências suicidas normalmente descrevem uma sensação de névoa nos pensamentos que dificulta a concentração.



Reconheça as emoções suicidas


Essas pessoas normalmente experimentam estados emocionais difíceis que podem levar à ações drásticas. Por exemplo:

  • Sofrem de alterações de humor extremas.

  • Experimentam raiva ou sentimento de vingança extremos.

  • Sofrem de níveis altos de ansiedade, além de ficarem irritadas frequentemente.

  • Experimentam sentimentos fortes de culpa ou vergonha, ou sentem que são um fardo para os outros.

  • Sentem muita solidão ou isolamento, mesmo quando estão próximas de outras pessoas, além de exibir sinais de vergonha ou humilhação.



Reconheça os avisos verbais


Existem diversos sinais que podem indicar que uma pessoa possa estar enfrentando esse tipo de problema e planejando cometer suicídio. Caso conheça alguém que comece subitamente a falar de morte, fique atento. As frases abaixo também incluem alguns indícios verbais.

  • “A vida não vale a pena” ou “Nada mais importa.”

  • “Não ficarei magoado mais pois não estarei mais aqui.”

  • “Vão sentir a minha falta quando eu me for” ou “Você se sentirá mal quando eu me for.”

  • “Não aguento a dor” ou “Não consigo lidar com tudo isso – a vida é muito difícil.”

  • “Estou tão solitário que queria morrer.”

  • “Você/minha família/meus amigos/minha namorada ficariam melhor sem mim.”

  • “Da próxima vez eu tomarei remédios suficientes para fazer o serviço direito.”

  • “Não se preocupe, não vou estar por perto pra ver o desenrolar disso.”

  • “Não vou te atrapalhar por muito tempo.”

  • “Ninguém me entende – ninguém se sente como eu me sinto.”

  • “Sinto como se não houvesse saída” ou “Não há nada que eu possa fazer pra melhorar isso.”

  • “Eu estaria melhor morto” ou “Queria não ter nascido.”


OBS: fique de olho em melhoras súbitas. Lembre-se de que o maior potencial para o suicídio não é necessariamente quando a pessoa está no fundo do poço, mas quando ela parece estar melhorando.

  • Uma melhora súbita no humor pode indicar que a pessoa aceitou a decisão de encerrar a própria vida e talvez até tenha um plano para isso.

  • Portanto, caso uma pessoa depressiva ou suicida pareça subitamente mais feliz, tome medidas preventivas imediatamente.



Reconhecendo sinais de aviso de mudanças comportamentais


Procure por sinais de que a pessoa está "fechando pontas soltas". Alguém que planeja tirar a própria vida pode tentar resolver pendências antes de seguir em frente. Esse é um grande sinal, pois é provável que a pessoa já tenha um plano para cometer o suicídio. Ela pode fazer uma ou mais dessas coisas:

  • Doar posses estimadas.

  • Fazer arranjos financeiros, como escrever um testamento de repente.

  • Dizer adeus aos entes queridos. Uma pessoa que considera o suicídio pode se esforçar para dar um adeus profundo em horas inesperadas.


Fique atento a comportamentos irresponsáveis e perigosos. Como essas pessoas não sentem razão para viver, elas podem correr riscos que poderiam levar à morte:

  • Uso excessivo de drogas (legais ou ilegais) e álcool.

  • Direção imprudente, como dirigir rápido demais ou sob influência de substâncias.

  • Sexo desprotegido, normalmente com múltiplos parceiros.


Fique de olho no isolamento social.


Evitar amigos, familiares e colegas de trabalho é algo comum entre os suicidas, que tendem a se isolar de qualquer interação:

  • "Eu só quero ficar sozinho"



Mudanças extremas na rotina da pessoa


Caso ela pare de frequentar compromissos ou eventos aos quais sempre gostou de ir, fique atento.

  • Faltar em um compromisso ou parar de participar de atividades de que gosta normalmente indica que uma pessoa está triste, deprimida ou, com mais gravidade, com tendência suicida.



Note comportamentos letárgicos incomuns


Os indivíduos depressivos e suicidas normalmente possuem pouca energia para tarefas básicas mentais e físicas. Fique de olho principalmente em:

  • Dificuldade para tomar decisões comuns.

  • Perda de interesse no sexo.

  • Falta de energia geral e comportamentos como ficar na cama o dia inteiro.



Sinais em adolescentes

  • O adolescente está enfrentando problemas com a família ou com a lei.

  • Circunstâncias de vida como términos recentes, não conseguir entrar em uma faculdade ou a perda de um amigo próximo.

  • Falta de amigos, problemas em situações sociais ou afastamento de amigos próximos.

  • Problemas de autocuidado, como alimentação insuficiente ou exagerada, banhos infrequentes ou falta de preocupação com a aparência (por exemplo, uma adolescente que de repente para de usar maquiagem ou de se vestir bem).

  • Desenhos ou pinturas de morte.

  • Alterações súbitas de comportamento, como quedas de notas, mudanças de personalidade ou ações rebeldes, também podem ser sinais de aviso.

  • Distúrbios alimentares, como anorexia ou bulimia, também podem criar sentimentos de depressão, ansiedade e suicídio. Uma criança ou adolescente que sofre bullying também pode correr risco.



Reconhecendo fatores de risco


Considere o histórico da pessoa e as circunstâncias atuais. As experiências pelas quais ela passou, sejam elas recentes ou antigas, também podem influenciar tentativas de suicídio.

  • A morte de um ente querido, a perda de um emprego, uma doença séria (principalmente envolvendo dores crônicas), bullying e outros eventos estressantes podem funcionar como gatilhos para o suicídio 3.

  • Você deve ficar ainda mais atento caso a pessoa já tenha tentado se suicidar anteriormente. 1/5 das pessoas que cometem suicídio já tentaram antes.

  • Um histórico de abusos físicos ou sexuais também aumenta as chances das tentativas de suicídio.



Considere a saúde mental do indivíduo


A presença de problemas mentais subjacentes como transtorno bipolar, depressão grave e esquizofrenia é um grande fator de risco. Na verdade, 90% dos casos estão conectados à depressão ou algum outro problema mental e 66% das pessoas que consideram o suicídio possuem algum tipo de distúrbio psicológico.

  • Os transtornos caracterizados por ansiedade e agitação (como o estresse pós-traumático) e falta de controle dos impulsos (como o transtorno bipolar ou vício em substâncias) são fatores de risco que podem influenciar a criação de planos e tentativas de tirar a própria vida.

  • Os sintomas de transtornos mentais que aumentam os riscos de suicídio incluem ansiedade intensa, ataques de pânico, desespero, sensação de ser um fardo para os outros, falta de interesse e pensamentos delirantes.

  • Apesar da relação estatística entre suicídio e depressão ser complicada, a maioria das pessoas que se suicidam sofrem de depressão grave.



Investigue o histórico de suicídios na família


Os cientistas ainda não descobriram se a causa central é o ambiente, a hereditariedade ou uma combinação de ambos, mas os suicídios costumam se repetir nas famílias.

  • Pelo menos um estudo sugere que há uma causa genética para essa relação, então mesmo se a pessoa não for criada pelos pais biológicos, ela ainda pode estar em um grupo de risco.As influências do ambiente familiar também podem ter envolvimento nisso.



Considere os dados demográficos


Apesar de qualquer pessoa poder cometer suicídio, estatisticamente falando, alguns grupos sociais possuem taxas mais altas de tentativas do que outros.

  • Os homens são mais propensos a cometer suicídio. Para todos as faixas etárias e etnias, a taxa de suicídio nos homens é quatro vezes maior do que a das mulheres. Os homens correspondem a cerca de 79% dos casos registrados.

  • Independente do gênero, os indivíduos LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) são quatro vezes mais propensos a tirar a própria vida.

  • As pessoas mais velhas são mais propensas a cometer suicídio. O grupo com a maior taxa de casos registrados está entre os indivíduos entre 45 e 59 anos de idade. A segunda maior taxa está entre as pessoas com mais de 74 anos.

  • Os brancos são estatisticamente mais propensos a cometer suicídio do que os outros grupos étnicos.


OBS: Isso não significa que você não deve se preocupar com uma pessoa que não se encontre nesses grupos de alto risco. Caso a pessoa com quem está preocupado exiba sinais de alerta, não importando o gênero ou a idade, leve esse problema a sério. Se ela pertencer a um desses grupos, entretanto, os riscos podem ser ainda maiores.



Conversando com uma pessoa suicida

  • Escolha o tom correto. Caso conheça alguém que está exibindo sinais de risco, uma das coisas mais importantes a se fazer é conversar sobre o que notou de modo carinhoso e sem julgamentos.

  • Seja um bom ouvinte. Mantenha contato visual, preste atenção e responda em um tom gentil.

  • Levante o assunto diretamente. Um bom ponto de partida é dizer: "Percebi que está meio pra baixo ultimamente e isso me preocupa. Você está pensando em cometer suicídio?" Se a pessoa disser sim, o próximo passo é perguntar: "Você possui um plano para isso?" Se a resposta for afirmativa, a pessoa pode já ter elaborado planos para se suicidar e precisa de ajuda imediata.


Evite piorar a situação


Existem algumas coisas que você pode dizer para ajudar a pessoa, mas elas podem aumentar a culpa ou vergonha dela. Por exemplo, evite os seguintes tipos de comentário:

  • “Amanhã é outro dia. Tudo ficará bem.”

  • “Tudo pode piorar. Você deveria se sentir com sorte por tudo que tem.”

  • “Você tem muito para viver. A vida está a seu favor!”

  • “Não se preocupe. Tudo/você ficará bem.”



Evite comentários que pareçam desdenhosos


Alguns comentários podem passar a impressão de que você não leva os sentimentos da pessoa a sério. Evite os seguintes tipos de comentário:

  • "As coisas não estão tão ruins."

  • “Você não deveria se machucar.”

  • “Eu já me senti sobrecarregado e sobrevivi.”

OBS: Não guarde segredo. Caso a pessoa diga que deseja tirar a própria vida e peça para que você guarde segredo, não o faça!

  • Essa pessoa precisa de ajuda o mais rápido possível. Manter o assunto em segredo apenas atrasará a ajuda necessária.



Agindo para prevenir o suicídio de outra pessoa


Indique a pessoa a um profissional. Faça com que ela consulte um profissional de saúde mental o mais cedo possível.

  • Estar presente na vida da pessoa e levá-la até um profissional qualificado pode prevenir um suicídio e salvar uma vida.

  • Não perca tempo. Muitas vezes, a prevenção de um suicídio é questão de dias ou horas, portanto, quanto mais cedo a pessoa receber a ajuda necessária, melhor.

Notifique os familiares. Pode ser útil contatar os pais, guardiões ou outros entes queridos da pessoa.

  • Isso pode aliviar um pouco o peso que está sentindo, pois outra pessoas também podem ajudar.

  • Envolver essas pessoas também pode ajudar o indivíduo a ver que existem outros que se importam com ele.


Remova possíveis ferramentas de suicídio


Se possível, remova itens letais da casa da pessoa. Isso inclui armas (de fogo ou não), drogas, medicamentos e venenos.

  • Seja minucioso. As pessoas podem se matar com itens que você sequer imaginaria.

  • Itens como veneno de rato, produtos de limpeza e talheres podem ser utilizados em tentativas de suicídio.

  • Cerca de 25% dos suicídios ocorrem através de sufocamento. Pegue itens como gravatas, cintos, cordas e lençóis para evitar enforcamentos.

  • Deixe que a pessoa saiba que você guardará esses itens até que ela se sinta melhor.



Continue oferecendo apoio


Mesmo após o perigo imediato passar, continue envolvido com a pessoa. Alguém depressivo ou isolado dificilmente pedirá ajuda, então faça-se presente. Ligue, visite e acompanhe a vida da pessoa para ver como ela está se saindo. Esses são alguns modos com os quais você pode oferecer suporte constante:

  • Verifique se a pessoa está frequentando as sessões de terapia. Ofereça-se para levá-la para garantir que ela não falte.

  • Cheque se ela está tomando os medicamentos prescritos.

  • Não deixe que ela consuma bebidas alcóolicas ou drogas recreativas. Um indivíduo suicida não deve utilizar nenhuma dessas substâncias.

  • Ajude a pessoa a elaborar um plano de segurança caso ela pense novamente em suicídio. Criem uma lista de coisas que ela pode fazer para evitar isso, como ligar para entres queridos, ir para a casa de um amigo ou dar entrada no hospital.



Dicas

  • Não espere uma pessoa chegar e dizer "Eu quero me matar". A maioria dos suicidas não conta seus planos para os outros. Se um conhecido está exibindo algum dos sinais de alerta, não espere que as coisas piorem para buscar ajuda.

  • Algumas pessoas podem exibir apenas sinais sutis. Portanto, é importante observar bem indivíduos que passaram por traumas extremos, com histórico de abuso de substância ou de doenças mentais para poder perceber o menor dos sinais.

  • Esteja ciente de que nem todos que consideram o suicídio exibem sinais óbvios ou comportamentos de risco. Na verdade, 25% das vítimas de suicídio não demonstra nenhum sinal significativo.



Avisos

  • Não tente fazer isso sem ajuda. Se você conhece uma pessoa suicida, não tente ajudá-la por conta própria. Ela precisa de ajuda profissional.

  • Se você fizer o possível e a pessoa cometer suicídio, é importante não se culpar







English: Recognize the Warning Signs of Suicide


bottom of page