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  • Marcia Telles

Co dependente, eu?


Historicamente o conceito de co-dependência foi retirado dos Alcoólicos Anônimos (AA), que mostrava que o problema da adicção atinge não só o dependente químico ou alcoolista mas toda a sua rede de relação: familiares, amigos e outros relacionamentos de uma forma geral.


A co-dependência ou dependência emocional é uma tendência da pessoa se comportar passivamente, colocando as suas necessidades abaixo das necessidades dos outros. Surgem pensamentos e sentimentos que vão além do que é normal em cuidados e auto-sacrifício.


A preocupação com o outro impacta negativamente a qualidade de vida dessas pessoas. A longo prazo, pessoas com padrões de dependência tem maior probabilidade de serem abusadas por indivíduos agressivos, de ficar em empregos insatisfatórios e estressantes, e de permanecer em relacionamentos abusivos.


O co-dependente costuma vir de uma família com estrutura disfuncional, adoecida. Tudo começa com o fato de estar ligado (por amor, obrigação ou dever) a alguém muito complicado, doente física ou emocionalmente, que por conta desta doença se auto-destrói ou desiste de viver e precisa, aparentemente, de apoio e cuidado constante. A outra pessoa pode ser uma criança que nasceu com defeito físico, um adulto deprimido, um irmão que não se saiu bem na vida, uma irmã que sempre se mete em encrencas e parece frágil para resolvê-las, um pai alcoólatra ou outro dependente de qualquer outra droga. Enfim, o importante não é quem esta outra pessoa é, ou qual doença ela tem. A questão está em como a pessoa permite que essas situações afetem o seu comportamento e nas formas como tenta influenciar o comportamento dos outros e “ajudá-los”.

O co-dependente torna-se vítima da doença alheia e, quanto mais se esforça para fazer esta pessoa abandonar o vício ou mudar de postura diante da vida, menos ela melhora e mais arrasado o co-dependente fica.


A vida passa a girar em torno do outro e a pessoa não mais age por vontade própria mas sim à forma como o doente está: se está bem, o co-dependente fica bem, faz planos, têm esperanças. Quando o outro adoece, recai, o co-dependente suspende os seus projetos, sentindo-se desolado e impotente.


A co-dependência é um processo que envolve a pessoa em amarras emocionais tirânicas, que provocam muito sofrimento. Quando acontece algo doloroso, e o co-dependente diz a si mesmo que falhou, está na verdade dizendo que tem controle sobre aquele acontecimento. Culpando-se, ele se prende à esperança de que será capaz de descobrir onde está o erro e corrigi-lo, controlando dessa forma a situação e fazendo o sofrimento cessar.


Características: baixa auto-estima; a dificuldade de colocação de limites; dificuldades em reconhecer e assumir a própria realidade; dificuldades de tomar conta de suas necessidades adultas; dificuldade de expressar suas emoções de forma moderada. Todo co-dependente é indireto, não fala o que sente, e deseja desesperadamente que os outros adivinhem tais sentimentos e desejos, e fica ressentido quando eles não atendem suas expectativas.




Fonte: Co-dependentes Anônimos

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