Numa empresa em que eu trabalhei havia um vendedor chamado Valdemar. E o Valdemar adorava ser vendedor, tanto que, quando alguém perguntava o nome dele, ele respondia: "Valdemar, com V de vendedor".
E o Valdemar era tão bom que, um dia, nós resolvemos promovê-lo a Supervisor. Chamamos o Valdemar, fizemos a comunicação e, quando a gente esperava que o Valdemar fosse saltar da cadeira, abraçar todo mundo e começar a chorar de emoção, ele simplesmente respondeu:
"Olha, eu agradeço, de coração, mas não, obrigado"
E aí o gerente do Valdemar ficou uma fera. E falou para o Valdemar:
"Como assim, Valdemar? A gente te oferece uma chance dessas e você recusa? Você não tem ambição?
E o Valdemar respondeu:
"Claro que tenho! Tenho muita. Minha ambição é ser o melhor vendedor desta empresa."
Os anos passaram, e o Valdemar continuou em sua função, feliz da vida. E nós começamos a nos perguntar quantos Valdemares não haveria na empresa? Gente que está feliz fazendo o que faz. Que não está disposto a trocar meia hora de convívio com a família, no fim do dia, por 10% a mais de salário e um expediente mais longo.
Que não está disposta a mudar de cidade nem fazer longas viagens. Gente que não faz nenhuma questão de ser promovida, ao contrário do que os gerentes e diretores ambiciosos imaginam.
No fundo quem da sustentação às empresas são os Valdemares. Os diretores vêm e vão, mas os Valdemares ficam. E eles nem querem mais salário, apenas querem mais respeito. Nas empresas tem dia para tudo, mas todo dia é o "dia do Valdemar", aquele colaborador tão eficiente e tão prestativo que seus superiores nem sabem o nome dele.
Fonte: Max Gehringer