Sem censura: Esqueça a imagem do dependente químico na “crackolândia” ou do bêbado do bairro caindo pelas ruas. A dependência química atinge vários tipos de pessoas, sem diferenciar classe social ou gênero. Você não falar sobre, ou acreditar que é um assunto que não lhe cabe, somente diminui seu poder de ação. Ter vergonha de se informar ou de informar seus filhos reproduz a ideia de “assunto proibido” que em nada contribui para a prevenção.
Não seja supersticioso: A ideia de que falar sobre drogas vai aumentar a chance de seu filho fazer uso é bastante comum entre pais. No entanto, conversar sobre uma coisa não aumenta a probabilidade dela acontecer. Não falar sobre drogas com seu filho só terá como efeito o fato de que ele ouvirá sobre elas em outro ambiente menos controlado. É um assunto que está presente em filmes, na fala dos amigos, ou mesmo num dia em família no qual, na volta pra casa se passa em frente uma blitz da “lei seca”.
Não faça terrorismo: Assustar alguém já é uma atitude, em si, ruim. Apresentar argumentos terríveis e pouco prováveis como consequência para o comportamento de usar drogas é ineficaz. Durante muito tempo, mesmo as grandes campanhas contra as drogas se resumiam a espalhar o medo e assim criar a ideia de que uma pessoa com medo vai ficar longe das drogas. O “terror” acaba sendo questionado e perde seu efeito, ao passo que boa informação e consciência permitem escolhas mais saudáveis.
Ouça com atenção: As dúvidas de seu filho são pertinentes. Embora possam colocá-lo em “saia justa” por causa de uma eventual falta de conhecimento sua, as dúvidas de seu filho continuarão a existir se você não as responder. É melhor que você forneça conhecimento de uma fonte confiável, mas para isso acontecer é preciso saber ouvir as dúvidas primeiro.
Seja exemplo: Um dos fatores de risco para uso de drogas é a permissividade e a presença da mesma em casa. Os exemplos têm muito mais força para moldar um comportamento do que as regras. Ou seja, falar sobre os perigos do vício enquanto se faz uso frequente de uma substância, ou mesmo quando se ignora uma dependência já existente é ineficaz. Quantos adultos já recriminaram um adolescente por pegar seu cigarro e os alertaram sobre os riscos de fumar, mas nem mesmo ponderaram sobre interromper seu próprio uso?
Autor Arthur Lopes